Fala, galera!
Tá no ar o texto sobre uma lembrança minha de Copa do Mundo, para os amigos do Chuteira Preta! Espero que curtam!
Segue links da publicação nas redes do Chuteira Preta:
Confira a lembrança na íntegra:
O ano era 2009, no mês de outubro, pra ser mais exato. O Brasil faria seu último jogo do mundial sub 20, era a final contra a seleção de Gana. O grande destaque brasileiro do torneio foi o meia (10 e faixa) Giuliano, ele mesmo, que atualmente está na lista de suplentes da seleção para a Copa da Rússia.
O jogo terminou o tempo regulamentar com um emocionante 0x0, e após a prorrogação empatada também sem gols, a disputa das penalidades foi vencida pelos africanos, pelo placar de 4×3. Desde esse dia em diante passei a acompanhar os “Black Stars” como são conhecidos, acompanhando todas as noticias dos jogadores e da seleção ganesa principal na internet, e jogando com eles nos games do meu Playstation 2. Os grandes destaques da equipe na época eram: Muntari, Essien, Gyan e o não convocado até a véspera da copa, Kevin Prince Boateng, que diga se de passagem, era sempre o camisa 10 das minhas equipes nos jogos virtuais.
Eu tinha tanta certeza que eles iriam longe na Copa que fiz uma projeção antes do mundial e (sem clubismo) eles só perdiam uma partida: a final, contra o Brasil. Na minha cabeça seria um jogo emocionante: vitória brasileira pelo placar de 3×2, com a consagração de Robinho pelo lado brasileiro, marcando um hat trick e dois gols do aguerrido Boateng, para os Africanos.
Eis que chega a bendita sexta feira, que viria à estragar toda à minha projeção. Em jogo pelas quartas de final o Brasil é eliminado de forma frustrante pela Holanda, ao menos ganhamos um vilão, Felipe Melo, a quem podíamos destinar toda a nossa raiva e frustração por uma campanha decepcionante no mundial, não que eu considere justo escolher apenas um jogador, mas confesso que me deu um certo conforto enquanto a derrota ainda era recente. Restou então torcer para que ao menos Gana não me decepcionasse e chegasse a final. E quase deu! Ah, se não fosse aquela bola no travessão…
Era o último lance do segundo tempo da prorrogação, em bola lançada na área, após cabeceio do centroavante ganês Adiyiah (que havia sido o melhor jogador daquele mundial sub-20 em 2009), o centroavante uruguaio, Luis Suárez faz uma defesaça usando as mãos, e o pênalti é marcado!
Na bola, ele, o craque e artilheiro do time, Asamoah Gyan. No gol, o limitado goleiro uruguaio. No estádio, o silencio da torcida (apesar do barulho ensurdecedor das vuvuzelas), que torcia para a vitória que representaria um país africano, disputando uma copa do mundo em solo também africano e lutando para chegar o mais longe que jamais uma seleção daquele continente já chegou.
Eles estavam a um apito e um chute certeiro a cerca de 9,15m de distância da glória eterna. Impossível não se arrepiar ao soar o apito do árbitro e ver correr pra bola com o numero 3 as costas, o homem com a missão de classificar todo um continente para a próxima fase. Quiseram os deuses do futebol, que a bola não entrasse, explodisse no travessão e saísse, deixando incrédulos todos que assistiam aquela histórica partida.
Nas disputas das penalidades, 4×2 para a seleção uruguaia, com um puta gol na última cobrança. O conhecido centroavante do futebol brasileiro: Loco Abreu, que pouco antes de partir pra bola, lembrou a todos, o comentarista Caio Ribeiro: “Ele gosta da cavadinha, Cléber”, e que recebeu como resposta uma ironia e um risinho de leve do seu companheiro de transmissão, Cléber Machado: “Na Copa do Mundo, Caio!?”, que certamente refletia o pensamento de quase todos os telespectadores naquele momento.
E eis que o ídolo botafoguense respondeu essa irônica pergunta, e silenciando muito mais do que apenas o estádio, ao executar aquela cobrança, que em palavras e com um enorme sorriso no rosto, teria dito mais ou menos assim: “É, Cléber, na Copa do Mundo!”.
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